Psicoterapia Para a Terceira Idade
Infelizmente vivemos numa sociedade repleta de preconceitos em relação às pessoas idosas. Aprendemos ao longo de nosso desenvolvimento que nossa vida é composta por fases: nascimento, infância, adolescência e a fase adulta. Neste período somos vistos como seres “produtivos”: precisamos planejar e construir projetos de vida. Porém, quando chegamos à terceira idade, a sociedade nos vê como pessoas fracas, impotentes e com poucas possibilidades de alcançarmos algo que não fizemos quando jovens.
Esta fase é considerada como um declínio da vida, como se o nosso tempo já houvesse terminado.
Pois a maioria das pessoas não acreditam que o idoso possa ter força e motivação para mudanças psicológicas acreditando erroneamente que a psicoterapia nesta fase é perda de tempo ou dinheiro.
A maior dificuldade da pessoa idosa é pensar que não conseguirá mudar seus pensamentos e comportamentos. Já que vive há muitos anos desta forma, Dessa forma sente-se presa ao seu passado, às suas verdades e define assim o seu destino.
Podemos fazer mudanças em qualquer idade. A psicoterapia não significa “arrancar” de dentro de nós mesmos tudo o que somos para sermos alguém diferente. A psicoterapia auxilia no auto-conhecimento que possibilita conhecermos uma nova realidade que antes não conhecíamos. Quando este conhecimento se amplia passamos a perceber o mundo interno e externo de forma diferente. Nossa história pessoal é muito rica. E o idoso possui este patrimônio que facilita uma visão mais clara e consistente enriquecendo o material da psicoterapia e facilitando a construção de seu futuro.
A participação da família no processo do idoso é de grande importância. Principalmente em casos assim de pessoas muito idosas ou com um nível maior de comprometimento físico, pois a família é uma estrutura que auxilia no processo de melhora do idoso.
O idoso tem a tendência a se isolar das relações sociais mantendo-se no seu lar ou na convivência apenas dos filhos e parentes mais próximos. Isso faz com que o idoso restrinja seus relacionamentos e trocas importantes que podem trazer um enriquecimento de informações.
Motivações e assim esvaziam-se seus conteúdos internos importantes como sua história, seus pensamentos.
Todavia, precisamos levar em consideração que os benefícios, que uma pessoa com limitações intelectuais ou mentais pode receber, serão , de alguma forma, proporcionais ao nível de suas limitações. Mas, mesmo assim, todas – de algum modo – se beneficiam.
Muitos idosos, quanto mais idade têm, passam a viver afastados do convívio social e seu mundo fica limitado ao lar onde residem. Nem sempre aí, na sua própria casa, ou na casa de algum filho ou parente, mantêm contatos humanos estimulantes e vão, pouco a pouco, se isolando. Seus desejos, suas histórias, seu modo de pensar, etc. vão-se perdendo. Com isso, diminuem suas chances de estabelecer relacionamentos que lhe sejam enriquecedores, interessantes, motivadores. Principalmente quando ele, ou ela, já não tem mais o seu companheiro.
A viuvez pode trazer, para a pessoa de idade mais avançada, um tipo de isolamento que pode ser cruel: filhos vivendo em suas próprias casas, nem sempre próximas da casa de seus pais. Resta-lhe, então, ligar-se a alguém da família, ou a uma pessoa amiga, ou a uma “enfermeira”, ou acompanhante, para ajudá-la a conviver com essa nova realidade.
São momentos difíceis para muitos idosos, principalmente para aqueles que, por característica de personalidade, são mais reservados, ou não acostumados à convivência com estranhos à família.
Para finalizar, chamo atenção para um tópico que é também relevante, quando falamos na ajuda psicológica às pessoas idosas: o “trabalho”, a “ocupação”.
O idoso se beneficia das atividades nas quais se possa envolver. Trabalho e ocupação precisam ser compreendidos como qualquer atividade desenvolvida pelo idoso. Que possa trazer para ele algum sentido de realização pessoal: pintura, música, literatura, escultura, cultivo de plantas. Cuidados com animais de estimação, ou um trabalho associado a alguma instituição filantrópica, ou de tratamento. Tais atividades, entre outras, quando aceitas pelo idoso, lhe traz um enorme benefício, sendo que o mais comum que podemos observar é o surgimento de uma revitalização e uma valorização do idoso.
Quem já passa dos 65 não deixa de ser PESSOA e, como tal, reside nela, naturalmente. Um potencial para viver sua vida do modo mais pleno possível. A psicoterapia é um dos meios que ajudam o idoso a encontrar, nele mesmo, esse potencial.
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