Por querer proteger demais os pais superprotetores tem a tendência a fazer tudo por seus filhos, impedindo que estes desenvolvam autonomia e autoconfiança. São pais que querem impedir o sofrimento dos filhos diante das situações difíceis da vida e iludem-se acreditando que seu controle será o suficiente para a garantia da felicidade.
Possuem o desejo de que seus filhos não sejam frustrados e acreditam que devem lhes dar tudo o que eles próprios não tiveram para que sejam pessoas melhores.
A todo o momento estão satisfazendo as vontades dos filhos. Enchendo-lhes de presentes e cedendo aos pedidos dos filhos sem regras nem limites e quando questionados justificam suas atitudes dizendo que seus filhos são apenas crianças…
Na rotina do dia a dia, os pais superprotetores ficam inseguros diante de passeios supervisionados pela escola, por exemplo. Estes pais ficam ansiosos e com medo de que algo ruim possa acontecer impedindo sua ida e dificultando a interação social. O desenvolvimento da autonomia e independência do filho.
São vetadas as visitas à casa de um coleguinha ou brincadeiras e atividades com riscos mínimos. Pois os pais acreditam que o melhor e mais seguro é viver constantemente ao lado deles.
Além disso, os pais superprotetores apresentam dificuldades em manter suas relações de modo geral. Comprometendo muitas vezes inclusive o relacionamento do casal, pois como o foco central é a vida do filho, as demais áreas da vida não são merecedoras de atenção e cuidados.
Educar é transmitir os valores da família e simultaneamente permitir que seus filhos façam suas escolhas individuais e aprendam com seus erros. As escolhas de vida ou frustrações dos pais não devem ser referenciais para seus filhos. É preciso que os pais compreendam que as pessoas possuem personalidade. Vivência e história de vida singulares e únicas, portanto as experiências e oportunidades que seus filhos vivenciarão na vida serão diferentes. Proteger seus filhos é um instinto materno e um dever, porém, quando excede os limites pode ser prejudicial.
Quando os pais demonstram aos seus filhos que é necessário aprender a esperar para conquistarem algumas coisas na vida. Estes filhos desenvolvem a paciência e a tolerância.
Fatores fundamentais para evitar a ansiedade, além de motivar a criatividade, a capacidade de negociação do que deseja, a aprendizagem da troca com os amigos. Enfim, cria-se neste contexto uma gama de possibilidades e novas formas de lidar com as dificuldades.
Esta superproteção pode abalar a estrutura emocional da criança. Pois ela terá uma tendência em ser uma pessoa mais insegura e com uma baixa auto-estima, pois pelo fato de não fazer suas coisas sozinho. Não acredita em sua capacidade.
Pode também apresentar dificuldades em aceitar frustrações diante da vida. Pois sempre teve tudo o que quis. Mas não aprendeu que os deveres também são importantes tanto para alcançar o que deseja quanto para contribuir na vida em sociedade de modo geral.
Os pais superprotetores não agem desta forma simplesmente porque querem e sim porque inconscientemente possuem algumas dificuldades. Para lidar com sua própria vida e que precisam ser trabalhadas num processo de psicoterapia.
Seguem alguns fatores inconscientes que refletem na relação com os filhos:
- medo da solidão ou da rejeição : existem crianças que utilizam estratégias para conseguir o que querem como: se você não me der isso eu não te amo mais! Alguns pais interpretam isso como: se eu não der essa bola, ele pensará que eu não o amo mais. Desta forma, para não ser rejeitado faz todas as vontades dos filhos, numa entrega sem fim.
- culpa: muitos pais sentem que devem algo aos seus filhos, seja por uma omissão real ou simplesmente um sentimento infundado. Esses pais sentem-se culpados e tendem a fazer o que podem para aliviar este sentimento de culpa. Muitos pais sentem culpa por estar ausente em função do trabalho e tentam compensar esta falta com excesso de cuidado e zelo.
- complexo de inferioridade dos pais: sentem a necessidade de ser e ter igual aos outros e nesta busca incessante precisam prover seus filhos de tudo pra não sentirem- se inferiores.
Geralmente há uma tendência à superproteção no caso de mulheres que tiveram seus filhos em uma idade mais avançada ou que tiveram algum tipo de dificuldade para ter filhos: no período da gestação ou no momento do parto como: riscos de ter filhos prematuros, risco de vida ou ainda mulheres que não podem ter filhos e optam por adotar, e, desta forma, desenvolvem medos inconscientes de perder os filhos.
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